sábado, 21 de junho de 2008

NÃO TEMAIS....

Acabo de ler o Evangelho deste Domingo, o XII do Tempo Comum em Mt 10, 26-33. Para mim, este Evangelho é um apelo a uma reflexão sobre:
  1. A VERDADE - "...nada há encoberto que não venha a descobrir-se, nem oculto que não venha a ser conhecido" - Quantas vezes contornamos a verdade, escondemos, damos voltas e, talvez com a melhor das intenções. Muitas vezes vamos dizendo para nós próprios "não quero fazer sofrer". E vamos adiando, adiando aquilo que já devia ter sido dito há muito tempo. Num dado momento, quando menos pensamos, tudo vem ao de cimo. Aí damos com a cabeça nas paredes e massacramo-nos por não termos falado ou agido há mais tempo. A transparência, a verdade são virtudes essenciais para uma vida feliz e livre de complicações.
  2. A VALORIZAÇÃO PESSOAL "- ...valeis mais do que os passarinhos..". O Salmo 8 dirá: "fizeste-nos um pouco infeiror aos anjos". Precisamos de cultivar esta contemplação do nosso valor pessoal. Não para nos auto-gloriarmos, mas para darmos glória a Deus pela obra das suas mãos que somos nós, os homens. "A glória de Deus é o homem vivo", dirá Santo Ireneu. Que fazemos nós de tudo quanto trazemos cá dentro? Que fazemos nós desta imagem e semelhança de Deus que nos habita? Somos portadores duma centelha de divino! Como a tratamos?
  3. O TESTEMUNHO "- ...todo aquele que se declarar por mim diante dos homens, também me declrarei por Ele diante do meu Pai que está nos céus." Até que ponto temos coragem ou ousadia de falar d'Ele? Num mundo cada vez mais alheio às coisas espirituais, mas, ao mesmo tempo cada vez mais sedento delas, nem sempre é fácil afirmar as nossas convicções de fé. Mas, o certo é que o Evangelho deste dia está aí como um apelo, um chamamento a ousarmos afirmar as nossas convicções.

E eu rezaria: "Dá-nos, ó Deus, o dom da verdade total, o dom da transparência o dom da limpeza d'alma. Dá-nos a consciênciado da dignidade a que fomos chamados e ajuda-nos a vivermos de acordo com ela. Que o nosso falar, o nosso agir, afirmem as nossas convicções. Mas que, mesmo assim, não tenhamos receio de as manifestar.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

QUE EU TE CINHEÇA...

Que eu te conheça, ó conhecedor de mim, que eu te conheça tal como sou conhecido de Ti. Ó virtude da minha alma, entra nela e molda-a a ti, para que a tenhas e possuas sem mancha nem ruga. Esta é a minha esperança; por isso falo e nesta esperança me alegro, quando experimento uma sã alegria. Pois, as restantes coisas desta vida tanto menos se devem chorar quanto mais, por causa delas, se chora. Mas tu amaste a verdade, porque aquele que a põe em prática alcança a luz. Também a quero por em prática no meu coração: diante de ti, na minha confissão, diante de muitas testemunhas, nos meus escritos".
Sto. Agostinho, Confissões