Ontem, dei uma vista de olhos às leituras do próximo Domingo. Andam à volta do puro e do impuro, tendo por pano de fundo antigas leis de purificação do Levítico sobre a lepra e leprosos e a cura de um leproso, por Jesus. Não podemos deixar de nos impressionar pela "distância" que separa estes dois textos, pelo caminho que a Humanidade fez nesses séculos e, sobretudo, pela total diferença na atitude de Jesus para com estes condenados à separação do convívio com o resto da sociedade. Jesus, num gesto de amor e compaixão, não vê naquele homem um leproso, mas um filho de Deus. E depois, S. Paulo remata com algo também muito bonito: "Quer comais, quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus". E, "sede meus imitadores como eu sou de Cristo".

Neste particular, Cristo olhou para o leproso e "viu" para além da lepra... Olhar para os sem abrigo de hoje, para os mais deserdados da vida e ver neles filhos de Deus! E agir, não ficando apenas no olhar.

Foi o que fez um tal Fr. Hans, franciscano, que olhou para os toxicodependentes que viu na rua e avançou com uma casa para lhes dar abrigo e os recuperar. E assim nasceram as "Fazenda da Esperança" que, com apenas 30 anos já contam com cerca de 80 centros no Brasil e noutros países. Está a ser construida a primeira em Portugal. (Ver Correio do Vouga). Iso é ser imitador de Cristo.